Alguns renomados especialistas em tecnologia profetizaram que até 1996, o último mainframe seria desligado…bem, a predição não se realizou e a IBM comemorou em 2004 o aniversário de 40 anos do suposto moribundo e de quebra lançou o z9 na época, resultado de mais de 1 bilhão de investimentos e pesquisas. Com o lançamento do z10 no começo do ano, com 50% mais capacidade de processamento que o z9, a IBM não promete pegar leve: segundo executivo da empresa, Um z10 com 64 processadores tem a mesma capacidade de processamento de 1,5 mil servidores Intel x86, só que com 85% de redução nos custos de energia e gerenciamento.
Expectativa em relação ao Mainframe:
Quando se fala em processamento em larga escala, segurança e confiabilidade e altíssimos volumes de transações, o mainframe ainda dá show. Segundo o Gartner, os investimentos em Mainframes não estão diminuindo nas grandes corporações.
Segundo pesquisas da BMC Software, um dos maiores fornecedores de software do mundo, o otimismo dos clientes em relação ao ambiente mainframe deu um salto em 13% em relação ao ano passado: 62% dos pesquisados, num universo de 1100 usuários de mainframe, disseram que estão crescendo em capacidade. Os clientes , ainda segundo a pesquisa, consideram performance transacionl superior, alta disponibilidade e segurança dos dados como algumas das vantagens principais para sua manutenção.
Outro estudo do IDC em meados do ano passado colocou o Brasil como o 6º país no mercado global que mais adquire servidores mainframe, ficando atrás apenas do Japão, Estados Unidos, Alemanha, França e Itália, e o 3º em oportunidades para fornecedores e prestadores de serviços nesse segmento.
A IBM está lançando um concurso de Mainframes, com inscrição gratuita, mesmo sem necessidade de conhecimento prévio da plataforma. A IBM fornecerá um material para auxiliar na preparação do estudante. Além da oportunidade de ganhar vários prêmios durante as fases que se seguem, como MP3 players, camisetas, notebook e até vídeo-game, os vencedores podem concorrer a uma vaga na divisão de mainframe da IBM, conforme informou o IDGNow.
Se você nunca viu um mainframe, dê uma olhada no z10, em sua aparência e em algumas partes internas, no vídeo abaixo:
[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=3-njaI8Apao]
Quem seria corajoso de estabelecer novo prazo para o fim dos mainframes?
Conseguirá a IBM, HP e outros forncedores de mainframe se reinventar através dos tempos e incentivar essa demanda? O que você acha?
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luiz sergio cardoso
Trabalho em equipamentos de grande porte desde 1974, passei por vários surtos de novidades neste tempo, ouvi em várias empresas a expressão “estamos fazendo Down Size”, sendo que isso não representava tão somente abandonar o mainframe e sim diminuir o tamanho e a proficiência da empresa. O que ocorreu com as empresas que abandonaram o processamento usando equipamentos de grande porte foi a perda do controle do negócio, a diminuição da confiabilidade dos dados armazenados e até mesmo o descontrole fiscal causando grandes prejuízos devido a multas aplicadas por órgãos controladores.
Hoje, baseado no Rio de Janeiro, trabalho para empresas americanas que tratam grandes volumes de informações e dinheiro e há uma enorme demanda por profissionais com conhecimento desta arquitetura e das linguagens usadas e não há interessados em se envolver com esta matéria, a eles, isso parece ser muito complexa e demanda muito tempo para compreende-las. Há uma tendência firme de super valorização de profissionais desta área em curto espaço de tempo. Profissionais como eu, estão cansados e buscando um meio de se afastar ou aposentar e não há escolas formando novos profissionais.
ANTONIO ALVES DE SOUZA
Trabalhei com Mainframe aproximadamente 20 anos, em todas a áreas, desde de auxiliar a operador até Suporte Técnico, foi uma das maiores experiência profissional que tive, pois atuei tambem automatizando 80% do Mainframe;Tinhamos um controle total dos processamentos com muita confiabilidade e paradas somente programadas; A partir de aproximadamente 1997 passei a trabalhar com outra plataforma, servidores: HP, IBM, SOLARIS, o parque de servidores cresceu mais e ocupou um espaço maior que o dos antigos Mainframe, últimos que trabelhei foi com o 9021 – 4341 – 4381, e a administração destes servidores eram uma loucura. Hoje a empresa que trabalhei durante 32 anos CSN está num processo que podemos dizer que estamos voltando ao Mainframe, pois acabando com os servidores menores e passando para alguns robustos processadores da IBM.
Abraços.
Vinicius
Olá Antônio, grande testemunho este o seu que acrescentou bastante, acredito que a sofisticação dos ataques e falhas de segurança somados à alta complexidade do ambiente de baixa plataforma (e consequentemente de difícil manutenção), pra dizer somente alguns dos problemas, mostram que os fabricantes de mainframe se reinventaram acompanhando as necessidades do mercado, enfim, que morto que nada, muito vivo, com certeza!
abs!
Vinicius
Luiz, o incentivo da IBM mostra o quanto é necessário desmistificar a carreira em alta plataforma, acredito ser uma grande iniciativa já que nossas escolas infelizmente estão longe de estarem sintonizadas com as reais necessidades de mercado. Esse gerúndio do Down Size ouço a anos também no banco onde trabalho…abs!
Nilton Silva
Como trabalho com desenvolvimento de sistemas aplicativos não tenho uma opnião formada a respeito de comparativo de custos de processamento quando confrontado com baixa plataforma.
Ouço falar que é o custo de processamento que sugere o downsize.
Permito-me pensar que o sistema em baixa-plataforma proporciona maior facilidade na agilização do desenvolvimento por parte dos diversos departamentos da empresa, sem passar por um gargalo da fila unica do que chamou-se antigamente de CPD(hoje Area de Ti).
Estou certo pensando assim?
Celestino
Meu primeiro emprego foi no CPD do Banco Comercial do Estado de São Paulo já com mainframe na época um Borroughs, depois No BCN Processamento de Dados, por fim na Prodesp, e atualmente já aposentado desde 2002, continuo trabalhando no CPD de um Banco.
São 41 anos trabalhando com mainframe, áreas tecnicas e administrativas, hoje ainda trabalho com Suporte.
Aprendi muito, ensinei muito, ainda estou aprendendo, ainda estou ensinando.
Mas as pessoas que querem aprender se tornaram raras, afinal quem quer conhecer esse nosso mundo ?
Por tudo isso e muito mais, que quem já teve o privilégio de trabalhar com mainframe, é que continuamos empregados, e sendo solicitados até hoje.