Recrutadora: “Ok, antes de de encerrarmos a entrevista, você tem alguma pergunta?” Tensão no ar… O que perguntar? Ah, sim, você vai querer saber quando vai ter feedback sobre o processo de seleção. Ok, O que mais?
Se você for como a maioria dos candidatos, não terá muito mais a dizer e terá perdido uma oportunidade de OURO onde poderia descobrir informações valiosas que o ajudariam a ter mais segurança sobre a qualidade da proposta e ainda por cima fechar a entrevista deixando uma ótima impressão.
Mas você não vai perder aquela oportunidade. Pelo menos, não mais, certo? Agora chegou sua vez de entrevistar.
É hora de mostrar para eles que você não caiu lá de para-quedas ou que está correndo atrás apenas de um salário (maior) no fim do mês. Pelo contrário, você quer mostrar que se preparou para aquela oportunidade como se fosse a única, ou senão, a melhor de todas.
Claro que haverá situações em que o recrutador ou gestor foi bastante explicativo e detalhista na apresentação da vaga, dia-a-dia no cargo, composição da equipe, cultura e valores da empresa, etc.
Neste caso, você não vai perguntar apenas por ter algo mais a dizer, pois além de não agregar nada, pode ainda cair numa questão já respondida durante a entrevista, levando a recrutadora pensar sobre até onde você prestou atenção na entrevista ou não.
Saiba que ao fazer perguntas ao recrutador, você não apenas soa como mais interessado pela vaga, mas também como alguém que já absorveu alguma coisa, seja em pesquisas anteriores sobre a empresa ou na própria entrevista. Você se mostra como alguém atento, que sabe onde está, onde quer chegar e o que fazer para chegar lá.
Essa interação entrevistador e entrevistado lembra um pouco a do ambiente escolar: quem não vivenciou a situação em que a classe ficou quieta, num silêncio mortal frente aos questionamentos do professor sobre se tinham perguntas ou não? O silêncio revelava o maior temor do professor após algumas interações com a classe: ou não entenderam nada, ou estavam desinteressados.
Por outro lado, quantas vezes você já notou que em situações onde haviam muitas perguntas, a classe estava na verdade avançando no aprendizado do tema?
A mesma coisa acontece numa entrevista: você não precisa dizer que fez a lição de casa pesquisando sobre a empresa, pelo contrário, suas perguntas – e a qualidade delas – são tudo de que os recrutadores precisam para constatar isso.
Basicamente, as perguntas que você faz ao recrutador ao final da entrevista servem a dois grandes propósitos:
1 – Para mostrar seu interesse pela oportunidade
2 – Para dar a você uma melhor ideia sobre o que esperar se for contratado pela empresa
Como você pode ver, o primeiro diz mais respeito ao que o recrutador vai pensar sobre você. “Será que ele(a) tem interesse suficiente a ponto de ter pesquisado algo sobre a empresa?”
A segunda, por sua vez, vai dizer mais sobre o que você vai pensar sobre a empresa. “Será que vale a pena trabalhar lá? é o MEU perfil?”
Quer mais motivos para perguntar? Aqui vão mais 3 motivos comuns que fazem muitos candidatos se arrependerem amargamente por terem aceitado a proposta, após encararem as surpresas que os aguardavam:
Para não cair num ambiente conturbado
Com as perguntas certas, você pode captar pequenos detalhes nas respostas da recrutadora ou gestores que podem desvendar problemas sérios de ambiente de trabalho/equipe e que você não será capaz de mudar por si só.
Para saber o que lhe espera em termos de desenvolvimento profissional
Pesquisas mostram que a maioria das pessoas estão insatisfeitas por não se sentirem realizadas profissionalmente, então é preciso que você saiba melhor o que a empresa é capaz de oferecer neste sentido, como treinamentos, perspectivas de promoção, etc.
Para saber mais sobre a estabilidade da empresa em termos financeiros
Eles podem ter a melhor das intenções do mundo, mas se sofrem de sérios problemas financeiros, por melhor que você seja, poderá ser o escolhido para a lista de dispensa mesmo apenas poucos meses depois de começar – justamente por ter pouco tempo de casa e custar menos para demitir. Está cheio de histórias como essa no LinkedIn, e você, claro, não quer ser mais um na estatística…
A lista de motivos pode ser bem maior, mas acredito que você captou a importância de se preparar e fazer as perguntas certas.
Agora, veja algumas das melhores perguntas a se fazer antes de finalizar a entrevista:
1 – Tem algo que eu disse quanto as minhas competências e experiência, e que não ficou claro?
(sua chance de corrigir algo que não ficou claro para a recrutadora e assim recuperar alguns pontos porventura perdidos)
2 – Esta é uma posição nova na empresa? Senão, por que ela ficou vaga?
(pode lhe dar ideias sobre a como a equipe é gerida)
3 – Como funciona a avaliação de desempenho na empresa?
(pode lhe dar ideias sobre a política de recompensa da empresa)
4 – Tem pessoas na equipe que me aconselharia seguir? o que elas têm que as destacam?
(pode lhe dar ideias sobre o que você deve fazer para ser bem sucedido. Ou você pode descobrir que os parâmetros de sucesso deles não batem com o seu, então tchau!)
5 – Quais são os maiores desafios que o departamento está enfrentando no momento, nos quais meu papel seria importante?
(pode lhe dar a ideia sobre sua capacidade de entregar os resultados que eles esperam de você – alinhamento de expectativas)
6 – Quais são as próximas etapas do processo seletivo? Quando você acredita que terei uma resposta sobre minha candidatura?
(E claro, esta última pergunta pode ser aquela tradicional que não pode faltar)
Veja que são perguntas abertas, que estimulam o recrutador ou gestor a falar, não se limitando a apenas a um sim ou não como resposta.
Por fim, coloque-se a disposição para maiores esclarecimentos a qualquer momento que desejarem, seja por email ou telefone. A recrutadora tem que sentir através do seu engajamento de que você já está pensando na sua adaptação na empresa, e que já se vê trabalhando lá.
Veja que pequenos detalhes, aparentemente sem importância, podem fazer a diferença entre passar para a próxima etapa ou ser esquecido, portanto não os ignore.
Uma nota importante: Não tenha como referência as empresas ou recrutadores ruins para justificar o fato de não investir tempo nestas dicas. Ouço muito nas redes sociais de descasos e despreparo no lado de quem seleciona os candidatos, mas tenha em mente que as boas empresas e profissionais de RH competentes valorizam esse esforço, e é para eles que você deve se preparar, portanto não se deixe abater pelos maus exemplos.
OS profissionais de RH ruins são a minoria, como ocorre em toda profissão e a própria regulação do mercado garante que seja dessa forma.
Uma pergunta certa pode livrar você de uma péssima decisão, acredite…
Ao fazer as perguntas certas, você vai poder se livrar de muitas roubadas que tem por aí e que você pode se arrepender amargamente por ter aceitado, principalmente se teve que pedir demissão de outro emprego.
Eu tive duas experiências nesse sentido: numa, consegui através de perguntas descobrir que aquele ambiente não batia com meus anseios, continuando com os mesmos problemas da empresa em que trabalhava na época. O problema só ia mudar de endereço, portanto dispensei a oportunidade.
Em outra situação, fiz as perguntas certas também, senti que o diretor tinha problemas com um dos membros da equipe, mas acabei assumindo o risco. Resultado: Eu não suportei a falta de profissionalismo na equipe e mudei de emprego menos de um ano depois. O diretor mudou de emprego também e o problema, bem, este continuou por lá.
Portanto, se você fez as perguntas certas e arrancou informações que acionaram o sinal de alerta para uma roubada, acredite nos seu instintos: Não ignore os sinais.
Se tem cheiro de roubada, provavelmente é, não vale o risco. Não aceite o emprego, a menos, claro, que esteja desempregado e não tenha muito a perder, mas mesmo assim tem sua saúde que está em jogo, então pense bem.
E então, que tal se preparar para entrevistar o entrevistador? Agora é a sua vez, não desperdice a oportunidade!
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