O mercado de Tecnologia da Informação poderia ser muito mais robusto e significativo no crescimento do país. Pelo menos é isso o que nos mostra ao analisarmos alguns números de uma pesquisa recente publicada pelo UOL, com profissionais de TI do estado de São Paulo.
Do total de profissionais pesquisados, independente do tipo de contratação, 43% desaprovam as políticas de cargos e salários praticadas pelas empresas, ao passo que 21% representa a fatia de profissionais insatisfeitos com as condições de trabalho, benefícios e remuneração.
O índice de 39% de profissionais que se cosideram desvalorizados na empresa onde trabalham faz jus ao número de profissionais descontentes com com as políticas de cargos e salários. Outro destaque é para a consideração da participação nos Lucros e Resultados (PLR) como o benefício mais importante (76%), na frente do aumento salarial (70%).
Detalhando mais os números separando-os por categorias de contratação, temos:
No modelo CLT…
65% deles classificam suas companhias como ótimas ou boas
60% aprovam os benefícios que recebem
No modelo PJ…
48% deles estão satisfeitos com as condições de trabalho
29% aprovam o plano de saúde oferecido
e apenas 18% considera a oferta de benefícios como boa ou ótima
No modelo CLT Flex…
56% dos profissionais de TI pesquisados avaliam as condições de trabalho como boas ou ótimas
49% aprovam o plano de saúde e
31% aprovam os benefícios oferecidos
Números dos mercado de TI no Brasil:
Ainda segundo artigo do UOL…
O mercado de TI no Brasil está aquecido. O setor deve crescer 8,8% este ano segundo a consultoria IDC. Os ganhos podem chegar a R$1 bilhão com o plano Brasil Maior, que reduziu de 2,5% para 2% os gastos com a folha de pagamento.
Desde 2006, o índice de emprego de TI no estado de São Paulo cresce 7,8% ao ano. O estado emprega 45% dos trabalhadores de TI do país, segundo dados divulgados em fevereiro pelo Seprosp (Sindicato das Empresas de Processamentos de Dados e Serviços de Informática do Estado de São Paulo). Isso significa que das 409,3 mil vagas preenchidas no Brasil, 184,4 mil estão aqui.
A meta das empresas do setor, de acordo com a Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), é de até 2020 responder por 6,5% do PIB. Para isso, o país precisa incorporar cerca de 750 mil novos profissionais.
A se ver pelos números da pesquisa, há muito trabalho ainda a ser feito pelo pessoal do RH que pretende segurar as melhores cabeças para não perder competitividade no mercado global. Sim, o mercado de TI segue se destacando com um crescimento acima da média de outros setores da economia, mas poderíamos ir muito mais longe se os departamentos de RH se desenvolvessem com mais velocidade.
Um exemplo simples é a nomenclatura de cargos de profissionais da área, mesmo em muitas grandes empresas: tem muito lugar onde todo mundo da equipe é analista de suporte quando entre eles há profissionais de segurança, bancos de dados, redes, arquitetura… Títulos genéricos que chegam a significar um desrespeito aos profissionais que buscam ser reconhecidos como especialistas e trabalham como tal.
Enfim, sem políticas de incentivo apropriadas, não dá para fazer milagre, mesmo porque manter-se atualizado na área de TI é caro e cansativo muitas vezes, e mesmo o prazer de se trabalhar na área não deve resistir por muito tempo ou não ser o suficiente para que o profissional dê o melhor de si.
Um recado às empresas que ainda não entendem porque seus resultados estão aquém do nível técnico da equipe de TI. Muitas vezes, o problema pode ser resolvido com muito menos dinheiro do que se imagina, a começar com bastante conversa, mas vamos ver como as empresas lidarão com isso.
E fato é, se as empresas não mudam, mudam os profissionais de TI. De empresa, claro.
Os dados da pesquisa mostrados neste artigo é de publicação do UOL.
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