Mídias sociais e seus (inocentes) usuários…péssima combinação

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Ficou por dentro da grande repercussão do caso da Locaweb, onde o diretor comercial da empresa acabou sendo demitido após externar seu lado torcedor de forma nada elegante no Twitter?

Após um clássico do futebol paulista, onde seu time saiu vitorioso, não deixou dúvida alguma ao diretor, que nada mais é do que um alto executivo da área comercial da empresa que estampou sua marca na camisa do clube derrotado naquela ocasião: ofendeu a torcida do time adversário ignorando completamente o cenário onde está inserido atualmente e o poder da ferramenta de mídia digital social mais poderosa do momento. 

Ser torcedor, fanático de um time de futebol na terra de Pelé não é crime algum. E também ninguém deve ser discriminado por brincar com colegas de trabalho após o trunfo de seu time sobre o time rival, o que é na essência o lado divertido do esporte. Se não tem com quem brincar, parece que o negócio meio que perde a graça…

 Porém, com o advento das mídias sociais da era digital, especialmente do Twitter, onde segundos depois seus seguidores e seguidores de seus seguidores estão sabendo o que você está publicando em tempo real, o cuidado tem que ser muito, muito maior. A situação se torna mais grave ainda ao se levar em conta a posição de quem cometeu a terrível gafe. Provavelmente, se fosse um estagiário da Locaweb, ninguém desse muita bola a um fato desses, mas o que se esperar de um diretor, senão um mínimo de bom senso?

A empresa, embora tenha feito um comunicado oficial de que aquela opinião publicada pelo executivo não reflete o seu pensamento, o fato é que o leite já estava derramado. Milhares de pessoas se manifestaram na internet contra a empresa (ou um alto executivo, que leva o nome da empresa, não a representa?) e o assunto ganhou as páginas de milhares de sites, com grande repercussão negativa para a sua imagem (será que esse executivo entende de valor de “imagem”  e coisas do tipo?). A pressão foi tanta que não teve jeito: o diretor teve que se desligar da empresa.

Veja a íntegra do comunicado da Locaweb:

A Locaweb, líder em infraestrutura de hosting no Brasil, comunica que Alex Glikas não faz mais parte do quadro de executivos da companhia.

Em razão do recente incidente envolvendo a companhia e o São Paulo Futebol Clube, o executivo decidiu, em comum acordo com a diretoria da Locaweb, desligar-se de suas funções.

A Locaweb mais uma vez lamenta o ocorrido e reforça que a opinião do executivo não condiz com o posicionamento corporativo da companhia. A Locaweb reforça que fechar uma parceria com o São Paulo e expor sua marca na camisa de um dos times de maior prestígio do País é motivo de orgulho.

Esta, inclusive, não foi a primeira ação da companhia ligada ao SPFC. Por quatro anos a Locaweb manteve um camarote no estádio do Morumbi, que foi utilizado em diversas ações de relacionamento.

Além disso, a empresa conta com centenas de funcionários são paulinos, corinthianos, palmeirenses, santistas, flamenguistas, gremistas, colorados e muitos outros torcedores de times nacionais e internacionais, mas as decisões de investimento de marca não são guiadas pelas preferências individuais.

Prova disso é que iniciativas semelhantes foram feitas com outras equipes, como Juventude, Figueirense, Ponte Preta, entre outros.

A Locaweb tem ciência da força do futebol e respeita muito todas as torcidas.

Esse é um tipo de comportamento que todos nós estamos sujeitos. E não importa se ocorre dentro ou fora de redes sociais como o Twitter. Quantas vezes vemos colegas (ou nós mesmos) sendo chatos no trabalho com nossas paixões clubísticas? Tirar sarro de chefe, mesmo de colegas de equipe, tem limites.

Muitos conseguem conquistar um grau tão alto de antipatia (e até se orgulham disso) que destroem sua própria carreira, e o pior: sem que essa pessoa se dêem conta. Alguns começam a dizer coisas como “esse cara é muito chato, não que ele na minha equipe…” e aos poucos essas pessoas vão sendo deixadas de lado. E assim se destrói a própria carreira profissional…

Saber o momento certo de brincar, sentir se o ambiente, se é propício, é  algo que não se ensina nas escolas. E muita gente bastante qualificada tecnicamente está desempregada por aí ou estaganado na carreira simplesmente porque não tem esse tato.

Por outro lado, as empresas também têm sua parcela de responsabilidade ao não orientar devidamente seus funcionários quanto a utilização desse tipo de mídia. Afinal, é funcionário da empresa, levou seu logo e falou em nome dela…há alguma dúvida de que ela é responsável, refém das palavras de seus funcionários? Este caso prova isso, e infelizmente muitos ocorrerão ainda para que muitas empresas acordem para o poder construtivo/destrutivo das redes sociais. 

Em tempo: Veja trecho do artigo da InformationWeek, onde um advogado especializado comenta sobre a atitude de demissão tomada pela empresa contra o funcionário em questão:

Para o advogado especializado em direito do trabalho e sócio da Meyer, Maschio e Monaco Advogados, Roberto Monaco, a questão é delicada, mas a decisão de desligar Glikas foi certa, já que se trata de um diretor, que, devido ao cargo, tem poderes de mando, gestão e representação da empresa. “A empresa dele é a patrocinadora, então, o diretor deveria ter tomado cuidado para não atingir ou vulnerar o próprio investimento que a Locaweb fez no clube”, justifica Monaco. É preciso, segundo ele, preservar a imagem “positiva” da empresa. “A questão relaciona-se a prejuízo da imagem e o consequente prejuízo financeiro.”

Há uma boa relação de artigos sobre o assunto por lá, vale a pena dar uma olhada…

E você, conhece alguma situação onde a paixão clubística afetou seriamente a carreira de alguém? O que acha deste assunto? Dê sua opinião!

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