Poderemos ter alterações nas relações trabalhistas entre terceiros e empresas. Imagine a seguinte situação: você trabalha alocado no cliente – sendo portanto um terceiro nessa relação – e depois de um longo e estressante mês de trabalho chega o dia de receber o merecido pagamento e eis que sua conta continua limpa: nada de salário!. Passa um dia, dois, você cobra sua consultoria, que por sua vez promete que no dia seguinte vai pagar e adivinhao que ocorre? nada! e assim sucessivamente nos dias que se seguem.
Você, juntamente com a equipe alocada fica impaciente, afetando assim sua produtividade e o projeto no cliente. Depois fica sabendo que o cliente para o qual presta o serviço pagou – como sempre fazia – no dia certo, mas um problema de administração da sua consultoria fez com que a parte devida a seus funcionários não chegasse em sua mão.
Para sua surpresa, o cliente, através de uma manobra interessante, troca a consultoria e contrata outra de forma que essa nova assumisse o atraso salarial da última. Essa experiência é uma das que passei em minha carreira. E essa “boa ação” do cliente, de se responsabilizar pela situação financeira dos terceiros pode se tornar uma obrigação legal.
Graças a um projeto de lei do Ministério do Trabalho que pode criar um vínculo empregatício entre terceirizados e empresas às quais prestam serviço.
O PL, que ainda passará pela Casa Civil antes de seguir para o Congresso, prevê…
- …que as companhias tomadoras de serviço respondam solidariamente pelas obrigações trabalhistas e previdenciárias, entre outras previstas no contrato de trabalho, inclusive no caso de falência da prestadora de serviços.
- …a proibição de contratação de serviços terceirizados na atividade principal da empresa, medida que impacta diretamente o setor de TI, entre outros.
- …que as empresas contratantes terão de controlar, mensalmente, o pagamento de salários e o recolhimento do FGTS, bem como da contribuição previdenciária do terceirizado.
- …que os terceirizados tenham os mesmos direitos previstos na convenção ou nos acordos coletivos de trabalho celebrados pelo sindicato da categoria profissional preponderante da empresa contratante, podendo ter o salário complementado pela mesma via abono.
Para variar esse é um assunto bastante polêmico. De um lado os sindicatos, do outro os empresários…
Enrijecer demais pode prejudicar o mercado por um motivo simples: custo. Se aumenta-se o custo, o mercado se ajusta cortando vagas. Por outro lado do jeito que está não pode ficar: nós, profissionais de TI, prestadores de serviço, não devemos ficar desprotegidos, explorados por consultorias inexcrupulosas que contratam e mandam o mais barato para prestar um serviço que deveria ser de qualidade. Do lado do cliente, a exploração do terceiro, tratando-o como um funcionário, isto é, abusando de seu poder.
E a maior parte da conta quem paga é justamente o elo mais fraco: o trabalhador.
Tem que se encontrar um ponto de equilíbrio, e urgente. Nem tanto à terra, nem tanto ao mar. E você, qual sua opinião sobre esse projeto? Acredita que pode ir pra frente? Dê sua opinião!
A informação teve como base o artigo do Baguete.
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Roberto
A verdade é q o benefício vai para o governo, para aumentar a sua arrecadação de impostos, estas medidas vão aumentar os encargos, e passando para o cliente responsabilidades que não deveriam ser dele, inibindo este tipo de contratação.
Marcos
E por que não é responsabilidade do contratante Roberto?
As empresas contratam terceiras para economizar custos e não estão nem aí para os terceiros, muitas vezes à preconceito dos funcionários da empresa para com os terceiros. A empresa contratante tem sim que se responsabilizar, pois foi ela que contratou a empresa prestadora de serviços.
Se o governo está fazendo isso para aumentar sua arrecadação não interessa, o que interessa é a qualidade de vida do trabalhadores terceiros, que em sua maioria são explorados pela contratante e pela contratada.
Alexandre Jr
Bom, acredito que sim e que não, ainda estou tentando entender como funciona esta tercerização, pois acho mesmo que se trata de uma mina de dinheiro para algumas empresas. O setor tem um orçamento e o seu gerente contrata uma empresa para efetuar os serviços de desenvolvimento dos sistemas necessários, porém o valor pago a empresa terceirizada é absurdamente maior do que o valor repassado ao terceiro trazendo um enorme descontentamento a este. Minha dúvida é como deve ser repassado este salário ? Quem deveria fiscalizar este orçamento ? Acredito que até exista funcionário fantasma ?
jurema carneiro
tenho 55 anos e Trabalho desde 93 numa Instituição como autônoma,mas sendo tratada como contratada,recebendo ordens,trabalhando 4 dias por semana e com horários fixos,dando ciencia de tudo a chefia e ainda por cima sendo mal tratada com grosserias e falta de respeito pela diretora.De 2 anos para cá foi inicida uma grande pressão,com perseguição,humilhação e coação da parte da diretora que dizia ao grupo:ou faz firma ou vai embora.Como sou considerada a parte fraca do grupo porque vim de família muito humilde,minha família é muito pobre que não teriam como me sustentar se eu perdesse o emprego,e ela sabia que eu tinha medo disso fui a mais pressionada e coagida principalmente para assinar o pedido da firma.acreditamos que foi feito isso para acabar com o vinculo pela falsa autonomia.Hoje temos a firma e continuamos na mesma situação dando satisfação de tudo a diretoria como se fossemos contratada.a firma foi aberta dentro da empresa,e a empresa paga todas as dívidas da firma e temos que suportar tudo isso.O que posso fazer para me sentir melhor nesta situação?
Vinicius
@jurema carneiro, sinceramente? não dê motivo, continue com o bom trabalho, fique atento a novas oportunidades de trabalho. O mercado é amplo e existem consultorias boas por aí que poderiam contratar pessoas experientes como vc. Bater de frente sem ter algo em vista vai piorar o clima na empresa. E como vc disse, quem tem mais a perder é vc mesmo….