Estudar uma nova língua é sempre um grande desafio, ainda mais quando não se está no país onde a língua estudada é oficial. Passei por isso durante minha vida no Brasil, vindo de escola pública. Já dá pra entender que o grau de dificuldade começar a sofrer um “plus”, com aquele inglês reduzido a verbo “to be” e a única frase (decorada, não realmente aprendida): “the book is on the table”. Estudado, aliás, mais por obrigação.
Então, com o passar dos anos e e sonhos borbulhando na mente, tive que me virar muito em livros e materiais pela internet – quando pude ter acesso a ela – pois não podia arcar com os custos de um curso de inglês privado. Até que consegui estudar por seis meses, mas foi só. Depois dessa esquentada nos motores, parti para os estudos solo da língua, se é que podemos dizer assim. Caminho difícil, mas necessário, tinha que prosseguir em busca do sonho já de criança. que era de ter uma experiência no exterior.
Mas como disse no início, estudar uma língua sem estar inserido no contexto social é realmente muito difícil, é desafiar a própria lógica do cérebro, essa máquina maravilhosa, quanto ao tratamento das informações. Nessa luta, as dores de cabeça são normais enquanto ou depois que estudamos, o que não seria mera coincidência.
E por falar em cérebro, ele é tão eficiente que economiza recursos ao jogar fora tudo o que não é utilizado. Esse processo é visto e vivido diariamente quando temos consciência da quantidade de detalhes que perdemos em relação a experiências vividas a medida em que o tempo passa. Essa perda tem a ver com intensidade e nível de interação (sendo a perda menor quando esses níveis são mais altos) com a experiência em questão, como por exemplo, um acidente marcante. Podemos, mesmo ao passar de muitos anos, lembrar cada detalhe daquele momento pavoroso.
O mesmo acontece com um idioma, neste caso, quanto a facilidade da perda da informação. Podemos aprender depois de um processo de imersão, atingir um bom nível de conversação, mas depois de alguns meses, sentir notadamente que estamos regredindo, enferrujando. Tudo porque a intensidade do contato, a interação com o idioma diminuiu. Seja porque o curso de imersão, o intercâmbio acabou…
O cérebro, ao perceber que o idioma não é mais tão importante como outrora, começa a descartar a informação agora desnecessária em favor das mais recentes que vão chegando. E por isso que, ao menos que você esteja inserido no mundo onde essa língua alcance seus sentidos no dia-a-dia, essa batalha de manter o idioma quente na memória para não perdê-lo será sempre uma constante.
Daí a importância das dicas quentes abaixo. Ao fazer minha leitura diária das notícias sobre carreira na internet, topei com este artigo da Exame, com o qual profundamente me identifiquei e gostaria de compartilhar com você as dicas ali encontradas. Passei por todas essas fases – e estou ainda repassando – para continuar minha caminhada rumo a um nível de fluência no idioma, digo, idiomas. Afinal, aqui em Montreal – Canadá, falamos no dia-a-dia o francês e o inglês. Desafio duplo.
Leia com atenção cada uma delas e aplique-as ao seu aprendizado do inglês ou outro idioma. Vai fazer uma baita diferença:
1 – Não tenha vergonha do sotaque
“As pessoas se preocupam muito, principalmente, as mais tímidas e reservadas. Elas tendem a procurar desculpas para não falar”, diz Simões. Uma das justificativas para o bloqueio é o sotaque forte, segundo o professor do Berlitz.
Na opinião dele, a vergonha por não ter a pronúncia de um nativo é reflexo do perfeccionismo. Mas, antes de ficar mudo ao menor sinal de uma conversa em outra língua, leve em consideração que o importante é transmitir a mensagem e ser compreendido. “Hoje em dia não se censura a regionalidade, até se valoriza que traços locais sejam conservados”, diz Simões.2 – Fale sem medo de errar
Autocrítica muito elevada é um dos fatores limitantes para o aprendizado, diz Rosângela Souza, fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas e do ProfCerto.
A exposição ao idioma e o erro são fundamentais para o aprendizado, afirma a especialista. “É como aprender a dirigir. Se só estudar o livrinho, não sai dirigindo. Se tiver medo de pegar o carro ou de deixar o carro morrer, não aprenderá”, explica.
“Só se aprende começando a falar”, concorda Simões. Errar é importante durante o processo de aprendizado, explica. “É ótimo acertar, mas a pessoa não esquece os erros especialmente quando são corrigidos”, diz o professor do Berlitz.3 – Não tenha receio de ser corrigido
A não ser que você peça para um estrangeiro corrigi-lo, ele não o fará, afirma categoricamente, Luis Simões. “Nunca vi isso acontecer”, diz.
É comum o receio de que o estrangeiro vai agir com dureza ao ouvir seu interlocutor cometendo um erro. “Muito pelo contrário, ao perceber o interesse em aprender a sua língua, o estrangeiro fica feliz e valoriza o esforço”, diz Simões.
Por isso, é raro que façam qualquer correção espontaneamente. “Seria uma grosseria”, diz o professor do Berlitz.4 – Aproveite as oportunidades para praticar
Não fuja, pratique. Procure pessoas que estudem ou já falem a língua e com quem tenha mais intimidade para conversar, indica Simões.
Para os mais tímidos, é uma boa forma ir “soltando a língua” em situações mais informais, primeiro.
Quem frequenta cursos regulares do idioma deve entender que aquele é o momento certo para se esforçar e tentar, de fato, falar na outra língua.
“Dificilmente as pessoas saem da escola e vão buscar sozinhas situações em que vão praticar o idioma. Por isso, é importante praticar em sala de aula”, diz.5 – Equilibre habilidades de compreensão, leitura, escrita e fala
O ideal é ter o equilíbrio na prática das quatro habilidades, defende Rosângela. “Só que a mais difícil é a conversação”, ressalta.
E a especialista alerta: “Monteiro Lobato disse: quem não lê, mal ouve, mal fala, mal vê. A leitura constante nos dá vocabulário, consolidação de estruturas gramaticais e milhões de ideias de como se expressar”. Por isso lembre-se, ler e ouvir são essenciais também para destravar a fala.
“A leitura no aprendizado do inglês ou de outros idiomas muito diferentes do português acontece de forma gradativa, pois o aluno precisa ter um nível pré-intermediário para começar a ler temas variados e conteúdo mais densos”, lembra a especialista. Comece aos poucos e escolha textos adequados ao seu nível de conhecimento.6 – Assista filmes com legendas no idioma original
Para níveis a partir do intermediário, Simões indica assistir a séries ou filmes com legendas no idioma original. “Para acompanhar juntamente com o áudio”, diz o professor.
Comece com filmes que você já viu e conhece a história para testar sua capacidade compreensão. Ou aposte em filmes de ação, que têm frases mais curtas e objetivas. “As comédias têm muita gíria e romances épicos trazem vocabulário de difícil compreensão“, lembra Simões.7 – Ouça músicas acompanhando a letra
Mais uma forma de usar o interesse a favor do aprendizado do idioma. Escolha músicas de que gosta e pesquise a letra.
“Música ajuda muito e acrescenta vocabulário. Mas é importante ter em mente que trata-se de uma poesia, portanto quem manda é a harmonia”, diz Simões se referindo às gírias e à linguagem mais distante do padrão de algumas canções. Fonte: Exame
Dificuldades sempre vão existir, a determinação é que deve reger suas ações. Não se desespere pelo tempo, o aprendizado de um idioma não é fácil mesmo para uma criança (embora para ela seja mais fácil que para nós). Basta ver que ela escuta muito para depois começar a falar o básico. Tenha paciência para primeiro entender a lógica do idioma, e em seguida começar a formar frases básicas, de duas, três palavras.
Vai sair, não tenha medo e não se deixe desmotivar por ruídos em sua volta. O inglês, por exemplo, está cada vez mais imperativo nos dias de hoje, não importa a profissão. Não somente vai fazer bem para seu crescimento pessoal abrindo sua mente para outras culturas e tesouros intelectuais antes escondidos, mas vai alavancar sua carreira, muito mais no Brasil, onde o inglês ainda não é levado a sério como deveria.
Artigos que também podem lhe interessar:
- O que a Experiência me Ensinou Sobre Aprender Inglês – E que Pode Lhe Ajudar
- O que a Experiência me Ensinou Sobre Aprender Inglês – E que Pode Lhe Ajudar
- Dicas essenciais para você acelerar o aprendizado de um novo idioma
- Que tal aprender inglês com foco em Tecnologia da informação?
- LiveMocha: Rede social para quem quer aprender um novo idioma
- Qual o seu nível de Inglês? Atenção: Não cometa o Pecado de responder em uma Palavra – Veja Porque
- Veja o que Fazer para Aprender Inglês Mais Rápido