Mulheres na carreira de TI: um exemplo de sucesso

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Conforme já falamos em artigo anterior sobre a evasão de mulheres na área de TI, as mulheres encontram muitas dificuldades para se destacar na área, e isso é um problema mundial, sem distinção entre países ricos e pobres.

E as dificuldades começam já na faculdade, quando há poucas mulheres nos cursos da área. Mas há grandes exemplos no mercado de trabalho, de mulheres vencedoras, que passaram por cima de preconceitos, tabús, e avançaram com sucesso. Esse é o exemplo da Simone, que hoje lidera uma equipe de TI na organização onde trabalha e faz questão de nos mostrar que a determinação pode levar alguém muito longe.

Veja a entrevista que fizemos com ela, que gentilmente cedeu um pouco de seu precioso tempo para compartilhar de sua vitoriosa experiência na carreira de TI:

– Como você iniciou na área de TI? O que a levou a escolher essa área?

Simone: Desde criança já explorava alguns livros de programação, me encantava como o computador funcionava, você copiava algumas linhas de programa, executava, ele pedia a sua data de nascimento e exibia o seu signo. Ele acertava! Era mágico!

Entrei em um colégio técnico em Processamento de Dados em 1994 e logo no primeiro dia de aula o professor falou “Se algum de vocês não gosta de problemas, pode sair por aquela porta  porque é isso que vocês vão ter se trabalharem com informática”.

Bom, diante desta não me acovardei e segui em frente. Fiz a faculdade também em tecnologia e quando concluí, trabalhei como assistente administrativo por 3 meses, mas não era isso que eu queria e saí. Dois meses depois, iniciei como programadora numa empresa de consultoria em informática.

 – Quais foram as maiores dificuldades encontradas durante sua formação, no que diz respeito a ser mulher, se houve alguma?

Simone: Ao longo da minha formação não encontrei problemas que me afetassem por ser mulher, mas sempre observei um número bastante reduzido de mulheres em cursos de TI. Consideraria 20% a 30% em média da sala de estudos de TI são de mulheres. Esta proporção é refletida desde o colegial, faculdade, pós e cursos de aperfeiçoamento técnico.

 – O que acredita ser os maiores entraves para que as mulheres considerem mais a TI como boa opção de carreira?

Simone: A mulher tem uma essência guerreira mas muitas vezes não deixa esta essência aflorar. A área de TI é uma área onde você tem de ser forte, tem de gostar de ser desafiado, deve se dedicar, esforçar-se, ter garra e vencer ou aprender com os erros e derrotas. Mas nunca deixar-se abalar. São poucas as mulheres que conseguem se ver neste perfil. Mas reforço que é uma questão de como as mulheres se vêem porque as habilidades técnicas são as mesmas para ambos os sexos.

 – Como se sente gerenciando uma área de TI que é comumente dominada por homens? Encontrou muitas dificuldades de aceitação?

Simone: Sempre tive um ótimo relacionamento com as pessoas que fizeram parte da minha equipe, tendo como valores o respeito, a colaboração e a honestidade. Apesar de ser mulher, sempre coloquei a mão na massa não me restringindo às limitações físicas de força entre homens e mulheres. Se for para carregar algo, eu carrego! Vendo-se e colocando-se como igual aos seus semelhantes em qualquer equipe, o respeito é conquistado. Eu já disse isso às equipes com as quais trabalhei: para mim, no ambiente de trabalho não há diferença entre homens e mulheres, somos todos profissionais de uma mesma área.

 – Você ainda vê muito preconceito nos processos de seleção de mulheres? Esse preconceito é maior para cargos de gestão?

Simone: Não vejo preconceito no processo de seleção, mas percebo a falta de mulheres o que naturalmente faz com que a idéia de que exista este preconceito permaneça. Esta história de preconceito com as mulheres na área de TI é do passado, quando os computadores eram do tamanho de salas e os profissionais de TI pareciam ‘mecânicos’ de equipamentos. Hoje não tem mais isso, TI é essencialmente inteligência, raciocínio e estratégia, e nisso não há diferença entre homens e mulheres, são habilidades inerentes ao ser humano. A cada 10 currículos analisados para uma vaga de TI, 1 é de uma profissional mulher.  Se hoje há menos mulheres iniciando em TI, naturalmente, teremos menos gestoras nesta área.

 – O que você diria para as jovens que estão ingressando na carreira de TI e se sentem deslocadas pela ausência de mais mulheres na área?

Simone: Eu digo às mulheres que acreditem mais na sua força interior e competência. A área de TI não é um mar de flores, é uma área onde você é constantemente desafiado e deve permanecer sempre em pé e seguindo em frente. Não há um dia igual ao outro. Esqueçam a briga dos sexos, saibam encarar todos a sua volta como profissionais com as mesmas responsabilidades. Com a evolução e mudança de perfil do profissional de TI ao longo das últimas décadas, o planejamento e a organização se tornaram requisitos essenciais para qualquer projeto de TI que se vá iniciar e as mulheres devem saber tirar proveito disso, pois são habilidades natas do sexo feminino, enquanto o homem tem a ação e a execução como seus pontos fortes. São perfis distintos e que, em uma equipe de trabalho sadia, se complementam e trazem os melhores resultados para a organização e benefícios para todos os membros que a compõe.

Além de qualquer outro ponto que achar relevante citar, ok?

Simone: É importante destacar que quando falamos de TI estamos falando de um universo muito grande: desde a área de suporte a equipamentos, gerenciamento de redes, helpdesk a usuários, treinamento, análise e desenvolvimento de sistemas e banco de dados. Cada um destes segmentos dentro de TI requerem uma predisposição da profissional ao perfil da função. Exemplo: se uma mulher é extremamente preocupada com o cuidado de suas mãos, não vai se encaixar num trabalho que tenha de abrir equipamentos e limpar componentes empoeirados ou ainda fazer o cabeamento de uma rede; Se ela gosta de se vestir socialmente e usar salto alto, não vai se encaixar num perfil de técnico de campo que tem de andar para lá e para cá em uma empresa, geralmente carregando equipamentos novos ou quebrados.  Quando eu digo garra é vontade. Se a mulher tem o seu estilo feminino, mas aceita adaptá-lo para a realização de uma função porque o interesse no trabalho é maior, isso é diferencial.

A Simone ocupa a posição de Gerente de TI na SBS Livraria Internacional, especializada na venda de materiais voltados ao ensino de idiomas e de materiais científicos, técnicos e profissionais que contribuem para a formação e aprimoramento profissional.

Se você é mulher, ou tem uma amiga que está preocupada com seu futuro na carreira de TI pelo simples fato de ser mulher, compartilhe este artigo. Não deixe que um grande talento se perca por bobagens preconceituosas. Quando isso acontece, perde a pessoa por ter um sonho frustrado, perde o Brasil, tão carente de pessoas de talento diferenciado.

Que realmente tenhamos muitas mulheres assim como a Simone, sejam elas técnicas, gestoras, diretoras, donas de grandes empresas…O setor de TI agradece, o Brasil agradece.

 

 

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